Da Tua Boca
© Lílian Maial
Da tua boca, vem silêncio e medo,
Cicuta, que envenena o paladar
Das letras, que me acordam logo cedo,
Trazendo os mesmos sumos do jantar.
Da tua boca, eu quero um arvoredo,
Com ventos de saliva a sussurrar.
Dos galhos, tuas mãos, feito um brinquedo,
Meu corpo todo, em versos, semear.
Mas tua boca sela de mentira,
E encerra, como a minha, sem que fira,
Um gosto de saudade e pão de queijo.
Aguardo calmamente outros outonos,
Pois sei que a longa espera vale o bônus
Do céu da tua boca em novo beijo!
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Dos Teus Lábios
© Nathan de Castro
... E, dos teus lábios, quero o beijo urgente,
o encanto do primeiro encontro, o abraço
revestido de nuvens, e o compasso
dos passos de um bolero doce e quente.
Quero a palavra que ouse o nosso espaço
na eternidade simples... Simplesmente,
gravar nossas loucuras, passo a passo,
para que os versos cumpram a semente.
Mas os teus lábios cantam de tristezas,
os meus revelam luas de incertezas
e a música do amor se faz distante...
Aguardo, calmamente... As nossas mesas
têm gosto de soneto, e as sobremesas
me lembram, em poesia, o teu semblante.
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Lílian Maial
Enviado por Lílian Maial em 29/03/2008