Lílian Maial

Basta existir para ser completo - Fernando Pessoa

Textos

O DIA EM QUE UM OPERÁRIO VIROU PRESIDENTE , ENGANANDO TODA A GENTE!

O que agora eu vou contar
Aprecie minha gente
Pramodi num engasgar
Quero um jeito diferente
Melodia de sorriso
Pouca dor e muito siso
Elegendo o presidente.

Conheci esse menino
Lá no ABC paulista
Tinha força e muito tino
Um líder sindicalista
Reunia todo o povo
Pra brigar dum modo novo
Verdadeiro ativista.

Passou fome, passou frio
Comeu o pão do diabo
Mas nunca perdeu o brio
De homem determinado
Foi pisado pelos reis
Sem nunca perder de vez
O gosto pelo reinado.

Mobilizava uma classe
Sabia fazer-se ouvir
Defendia cada impasse
Sem deixar-se consumir
Trabalhando desde cedo
Na lida perdeu o dedo
Mas achou o seu porvir.

Entrou de vez na história
Dedicado ao PT
Esperou dias de glória
Sem saber se os ia ter
Uma coisa eu sei de cor
Sempre deu o seu suor
Pro irmão não se perder.

Por diversas eleições
Aspirou uma vitória
Nunca fez bajulações
Misturado c’a escória
Manteve sempre seu rumo
Pra nunca sair do prumo
Da limpeza fazer glória.

Homem simples e honesto
Caminhou de rosto erguido
Pureza no menor gesto
E nesse olhar atrevido
Ali onde sai centelha
E brilha a estrela vermelha
Do fogo dos escolhidos.

Hoje de terno e gravata
Conserva o mesmo semblante
Vencendo qualquer bravata
Com seu jeito confiante
Traz na face o olhar amigo
Que insuflou o povo unido
A escolher representante.

Chegou lá Luís Inácio
Nosso Lula presidente
A jornada não é fácil
Mas seu povo está contente
Acredita nessa vida
Eleva a pátria querida
Sua força está na gente.


Esse cordel foi feito logo após as eleições. Na ocasião, a gente não teve medo de ser feliz, contudo...  hoje o cordel seria diferente, ou teria uma continuação:


Logo assim que assumiu
Não sabia o que fazer
Tinha gente sem perfil
Nem postura de poder
Fez um bando de aliança
Com partidos sem pujança
Colocou tudo a perder.

Recebeu um rombo enorme
Do governo que partia
A previdência disforme
Não deu pra pagar em dia
Aumentou então a idade
Isso foi calamidade
Para a aposentadoria.


O povo em tal sofrimento
Confiou inda no hômi
E pra nosso entendimento
Confiá num mata a fome
Era muito lero-lero
Ao criá o “Fome Zero”
Dá comida a quem já come.


Ia tudo muito bem
O povo aceitano as orde
Num tava bom pra ninguém
Mas se faz o que se pode
Só num contava o aperreio
Escândalo dos Correio
Começou então o bode.


Tinha um tar de Seu Delúbio
Tinha também o Valério
Depoimento mais dúbio
Na CPI dos mistério
Cada um diz o que qué
Seu Lula, como é que é,
Cadê seu governo sério?


Falando em seriedade
Um deputado espertinho
Conquistou celebridade
Quereno saí de mansinho
Mas o tiro que ele deu
Da culatra escafedeu
Acertou o Robertinho.


Se não bastasse a mesada
num era pouca meleca
na entrega da parada
tinha os levados da breca
pra mantê tanta ganância
enganando a vigilância
esconde os dólar na cueca.


CPI do mensalão
Avião do presidente
Correio, corrupção
Virou rotina da gente
Perto deles o Macedo
Era bispo de brinquedo
Aprendiz incompetente.


Os bandido tudo livre
Governando esse país
Na cadeia só quem vive
É assaltante infeliz
os verdadeiro matadô
Deputado e senadô
Viajando pra Paris.


Viaja quem tem tutano
Lula cumpre o seu papel
Já almoçou no Vaticano
Conheceu inté Fidel
Nosso povo do nordeste
Com a seca, a fome e a peste
Sem avião vai pro céu.


Com isso tudo se vê
Que os anos todos de luta
Não fizeram do PT
Um partido de labuta
E o povo levando trolha
Lamenta infeliz escolha
São tudo uns FDP!


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Lílian Maial
Enviado por Lílian Maial em 11/11/2005
Alterado em 11/11/2005


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