CALOR INFERNAL - soneto
Não me ventou nem a brisa noturna,
Nada de sopros ou livres folias.
Baforejando da boca soturna,
Somente o breu dessa triste heresia.
Em pesadelos de versos confusos,
Recita a dor em sonetos doentes,
Tua figura em contornos intrusos,
Deitada à sombra de rima indolente.
Arcanjo negro, das trevas vigia,
Macabro amor, satânica elegia,
Dominação do meu corpo pagão.
Entrego a ti, sem escolha ou vontade,
Correndo o risco de arder de verdade,
Minh'alma branca em teu leito - paixão!
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Lílian Maial
Enviado por Lílian Maial em 07/11/2005