ABSTRATA
ABSTRATA
lílian maial
Na mente
é onde escolho a loucura
do dia,
do verbo,
da vez.
Traço apagado na tela,
natureza adormecida,
água-viva,
medusa,
menina.
Escrevo poema para poucos
(números abstratos)
e sonho
com a rua,
a roupa,
a rede.
Peixe que sou
alada,
calada,
encapada
(pálida escama),
meu destino é mar,
poema de areia,
pó de pedra,
alga e capim.
Mundana,
meu sentimento urbano
é imundo.
Eu sou assim:
abstrata, vazia, mal escrita,
como um rascunho
de mim.
Lílian Maial
Lílian Maial
Enviado por Lílian Maial em 05/11/2005