INÚTIL
Lílian Maial
Pois eu não quero amar, que o amor é chaga!
Não quero ter de novo essa certeza!
Nem ver que uma promessa, enfim, se apaga
Mais rápido e mais fácil que a beleza.
Não quero ouvir cantar a voz que afaga
as tolas ilusões da natureza!
A dor da perda é o alvo dessa adaga,
que crava o peito amante com frieza.
Também já soube o que é querer assim.
E o prumo da balança foi, por fim,
a superfície dura em que deitei.
Mas sei que as tuas noites não são minhas,
E mesmo sem querer, nas entrelinhas,
Tu sentes essa dor que eu te ensinei!
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