INFÂMIA
Lílian Maial
A mesquinhez do tolo é fé notória,
Que nasce de uma fonte inesgotável.
Enquanto encontra colo no execrável,
O mal preenche as páginas da história.
Qual corpo amordaçado e sem memória,
Tão forte, embora um tanto lastimável,
Caminha o povo ao pé do abominável,
Com tintas de justiça meritória.
A venda que esse monstro manuseia
É mais cruel que a trama de uma teia,
Urdida no silêncio que consente.
E assim, ganhando forças, segue o cão
Crescendo nas entranhas da opressão
E no bocejo de outro irmão silente.
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Lílian Maial
Enviado por Lílian Maial em 22/01/2017
Alterado em 21/10/2020