Canto de Amor
Lílian Maial
Por onde anda aquele, por quem meus olhos foram atraídos, feito ímã insano, por quem meus dias se tornaram plenos de céu?
Onde anda o capitão das palavras, aquele dos gestos de ternura, voz de comando e cetim, aquele que me defende de todos os perigos?
Eu, que te busquei nos campos, que te encantei em sonhos, tua deusa, tua guerreira, a que te alimenta nas horas de fome, a que te consome nas horas de amor.
Eu, que te quero tanto, em terra e mar, em guerra e paz, em canções na madrugada e em histórias de paixão.
Eu, tua menina, a que te sorri em retratos, a que chama na noite e te enterra em covas e alcovas, a que te oferta o presente nas mãos e nas entranhas.
Eu, aquela por quem esperaste, aquela de quem sempre fugiste, a doce amada que te percorria os devaneios, a que veneravas e não crias.
Por onde anda aquele que não quer depor as armas, aquele que se esconde de meus infinitos, que trava batalhas inglórias ante meus apelos, aquele que me devora e me devolve em pedaços inteiros?
Por onde anda o soldado das estrelas, o artilheiro dos poemas de grosso calibre, das cantigas de campos minados, o combatente de contendas entre lábios e poros?
Vem, meu amado, conquistar teu território! Vem ocupar o teu lugar nos segredos da tua vitória mais feliz, na beligerância da devassidão dos teus desejos!
Vem, meu adorado, me fazer sentir a força do teu ímpeto, a capacidade de domínio dos teus braços, a estratégia exuberante dos teus dedos de achar meus caminhos!
Vem, que te espero com a mesma energia com que me enfrentas, que te recebo com todas as pompas de chefe de meu destino, condecorado com as honras do meu ventre, as medalhas do meu peito, no comando maior do meu aconchego, para que sejas promovido, por merecimento, a meu amor!
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Lílian Maial
Enviado por Lílian Maial em 25/12/2015
Alterado em 21/10/2020