PROFUNDEZAS
Lílian Maial
Quando eu me lancei nesse buraco negro,
em que as forças eram mero adendo às aparências,
fui sugada e fui sugando o todo guardado,
escancarando as defesas, sem pudor.
Quando eu mergulhei nesse oceano negro,
sem boia ou salvação, as águas em rebuliço,
inundando as veias, alagando os vales,
irrigando sonhos...
Quando eu me aconcheguei nos teus espaços infinitos,
entre pelos, lábios e incertezas,
venci as barreiras todas
e me iluminei no breu
da covinha do teu queixo,
descortinando o sorriso,
que me trouxe à tona de mim.
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