UM CORPO NO CHÃO
®Lílian Maial
Meu corpo ali, tão inerte,
aos cuidados da vontade dos homens.
Esse frágil corpo, em tantos momentos terno,
em outros, monumento,
ali, assim, abandonado,
sem viço e sem cuidado,
à mercê de algum alento.
Meu corpo jogado, num canto largado,
agonizando as dores,
vestido esgarçado, cabelo ensopado,
um rosto atônito!
Meu corpo, que já foi desejo e perdão,
ali, deixado à espera de um olhar, de sua mão.
Esse corpo, que já trabalhou por todos,
que já deu de comer a muitos,
que já foi porto seguro de alguém,
ali, assim, num canto.
Não! Não pode!
Esse corpo é meu, mas é seu também,
é de todos os que, um dia, ali estarão,
à espera...
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Nota da Autora: Para lembrar que ninguém está imune e que não é apenas médico que falta para um atendimento de saúde digno à população que tanto trabalha por este país.
Lílian Maial
Enviado por Lílian Maial em 04/08/2013
Alterado em 21/10/2020