LÁGRIMAS DE SANTA MARIA
®Lílian Maial
A poesia está ferida.
Versos se negam a soletrar passarinhos,
rimas queimam folhas em branco,
tudo é escombro.
O riso da letra deu lugar ao lamento
e a dor é insuportável.
Nem o silêncio é conforto!
Um céu cinzento de chuva e de fumaça,
confusão imiscível na manhã.
Um poema ardeu meu peito.
Um adeus lambeu a canção.
Réquiem para os meninos sem amanhã.
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