TRADUÇÃO
Lilian Maial
Teus versos não carecem de temperos,
nem ervas pra teus sonhos serem beijos;
teus dedos plantam flores nos canteiros
dos meus olhos arados de lampejos.
Tua fome implanta em mim a tua marca:
pecado e redenção a um só tempo;
confesso-me tentada à tua barca,
que oscila entre o abismo e o firmamento.
Não julga teus sonetos como insossos,
que a mim teu paladar de finos gostos
agrada em cheio a cada novo verso.
Pois trata de fingir que não me entendes,
que eu sei que a dor que dói é a que me sentes
e o teu pecado é o avesso do reverso.
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Lílian Maial
Enviado por Lílian Maial em 10/09/2006