INDOLENTE
lílian maial
Em andrajos
a alma perambula
pela manhã
que boceja
entre gorjeios afetados
e mais uma cigarra
que estourou de cantar.
Não era dia de morrer.
O nascente não sentiu
o lamentar
dos silêncios inesperados.
Não, nada mais incômodo
que partir
sem deixar
saudade.
Lílian Maial
Rio, 15/07/01.
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*pintura de Pierre Bonnard