Meus dias não são meus sem teu caminho,
e os versos não traduzem meu vazio.
O sol machuca a pele sem carinho
dos braços, que me fazem arrepio.
As noites são mais frias sem teu ninho,
e eu choro a tua ausência que, hoje, expio.
E bebo a solidão - amargo vinho -
com notas de saudade e calafrio.
Exorto os temporais, raios, procelas,
que venham mil trovões e o fim do mundo,
que a vida é a insanidade que não cura!
E cuido de compor as aquarelas,
posando de Van Gogh por um segundo,
que a rima da paixão é a loucura!