FECHADURA
FechaDura
© Lílian Maial
A chave do soneto é a poesia
que as portas do meu peito não comportam.
Se arrombas meu umbrais de fantasia,
os versos do miolo sempre entortam.
No molho dessas chaves tenho a guia,
que afrouxa as emoções que me recortam.
A lua, vil chaveiro, desconfia.
À noite, só estrelas me confortam.
É na palavra, dura realidade,
forjada em aço, tola veleidade,
que a fechadura não gira direito.
Que seja a dor, a única a se abrir,
e em cada verso eu possa ver partir
o teu amor, trancado em outro peito.
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Lílian Maial
Enviado por Lílian Maial em 23/03/2006