Lílian Maial

Basta existir para ser completo - Fernando Pessoa

Meu Diário
27/12/2006 18h35
Depois do Natal...
Boa noite!
Aqui no Rio, por conta do horário de verão, ainda é tardezinha, e sopra uma brisa agradável, depois de um dia de sol e calor intenso. Uma certa preguiça bate na gente, mas não posso deixar o corpo dominar, uma vez que a labuta não perdoa os ociosos.

Depois do Natal, tenho essa tendência a uma manemolência inexplicável, talvez fruto de libações gastronômicas natalinas ou, quem sabe, pela proximidade do fim do ano, e uma certa relutância em trocar o certo pelo duvidoso.

Sempre tive dificuldade de deixar, de despedir, de me soltar das pessoas, objetos, lugares, enfim, daquilo que já conheço e sei as qualidades e defeitos, que posso administrar com segurança. E assim, o fim do ano (conhecido) é prenúncio de algo novo (desconhecido), mesmo que somente no calendário.

Gosto de pensar no que já vivi, fazer balanços, mil planos, projetos de vida. No entanto, só me prometo aquilo que realmente estou determinada a cumprir, para evitar frustrações e dissabores.

Tudo o que me prometi para 2006 foi cumprido e me encheu de alegria. Estou naquela fase de dar um passo de cada vez e entender que cada um foi uma vitória. Nada de confundir com A.A. Somente M.A.E. (Mulheres Anônimas Erguidas). E dá a maior felicidade ver a vida “tijolo por tijolo num desenho mágico”.

E aí vai pintando um novo ano, de novas promessas, novas conquistas, novas batalhas. Incógnita (como se cada novo dia não o fosse)!
A vida é mesmo um eterno começar e recomeçar. Um morrer e renascer constante. Um aprendizado diuturno. E é delicioso que assim o seja!
E nós, mulheres, somos abençoadas nesse sentido, porque a própria vida e natureza ciclam por fases, como a lua, as marés e nossos humores, sangüíneos ou não.

O dia nasce e morre, o mar enche e esvazia, a lua nasce e mingua, e nós enchemos o útero e sangramos para esvaziá-lo, quando não o locupletamos de vida nova. E cada uma dessas fases, desses ciclos, é um desafio. Deste modo, somos guerreiras por natureza, inconstantes de nascença, doadoras por estigma, gerenciadoras por dom, maravilhosas, pois que multifacetadas.

Somos movidas a desafios. Temos mangas auto-regeneradoras, pois quanto mais as arregaçamos, mais temos para arregaçar.

Então, Sr 2007, que o Sr venha de cara limpa, de coração aberto e com muita coragem, porque estarei (estaremos) de prontidão para encará-lo como mais um desafio desconhecido, mais um enigma a ser decifrado.

Que venha de mansinho, trazendo o cheiro fresco de juventude e a abundância necessária para saciar minha (nossa) sede de conquistas e plenitude.
Que venha macho, cheio de vigor e energia, para consumar a entrega do espírito refeito em luz e alegria.
Que venha simples, porém festivo, que a esperança é a última que morre, mas faz graça com o sol e a lua, carregada de brilhos e respingos de amor.

Feliz despedida de 2006!
Feliz recepção para 2007!

Publicado por Lílian Maial em 27/12/2006 às 18h35



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