®Lílian Maial
Ele não tem coragem de encará-la. Sabe que vai fraquejar. Sabe que seu corpo todo responde ao perfume dela, que sua alma sopra só para observá-la afastar o cabelo do rosto.
Ele luta contra esse desejo insano de querê-la, de tocá-la, essa loucura de vontade de prendê-la entre os braços e sufocá-la de beijos, esses indecentes pensamentos de cobri-la com sua pele.
Ele não suporta mais assisti-la passar e se esconder, tomar outro caminho antes que ela o perceba, sabendo que já o viu. Sair por uma porta, para não ter que olhá-la nos olhos.
Ele deixa recados anônimos onde ela possa ver e saber que é ele. Agride-a com palavras, de puro desdém, destila raivas de brasas apagadas, de pura aflição, chama a atenção, de birra.
Aí, criança, seria tão mais fácil admitir que está simplesmente morrendo de saudade...
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