AMOR(TE)
JST
Quisera compreender exatamente isto tudo:
as perdas, as cisões, os dias em que durmo e acordo,
os dias em que apenas durmo e acordo!
Quisera compreender o vazio que se impõe dentro da minha alma,
aquela esperança meio existencialista de Camus,
de que viver seria bom,
e morrer também não seria mau.
Um grande pedaço se foi por aí,
pelas estrelas, talvez...
Pelas noites indagadas, sem uma resposta qualquer.
Perguntar para a noite, para a escuridão cega e muda é bom,
a resposta não chega, o que responde é a alma, a solidão perene,
que se eterniza nas noites insones repletas de recordações,
ou nas coisas que rapto para me lembrar do que foi minha vida,
e me banhar, mesmo que por alguns instantes,
do brilho ofuscado das estrelas,
pelo sentimento de um grande coração.
Resta-me viver do amor jé vivido e sentido,
como que me encobrindo feito um manto
e me fazer, ainda hoje, um ser humano pulsando!
Resta-me viver do sonho que nunca deixa de ser sonhado.
Maldita dor, que me consome e que encubro,
por dentro do casulo hermético - que é meu corpo -
couraça maldita que me proteje e me consome,
não tendo poros ou aberturas para um alívio sequer!
Há o vazio imenso, intransponível!
Uma condenação ou uma danação,
legado de nós dois,
sem saída,
nem para mim,
nem para você.
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