A Onda Verde
®Lílian Maial
Como boa carioca, estou atenta à campanha dos dois candidatos do segundo turno das eleições municipais. Conheço bem os problemas da cidade, como cidadã e como profissional da área da Saúde, tão castigada pelos sucessivos cortes e desvios de verba para outras áreas, de acordo com as necessidades políticas e uniões ou desentendimentos entre as três esferas do governo.
Não sou enfronhada na política, o que sei é o que vejo, leio, ouço e pesquiso, porém ninguém pode negar a verdadeira onda verde que vem acontecendo desde que o Fernando Gabeira iniciou campanha.
Ninguém poderia imaginar que um homem com seus antecedentes políticos e sociais de vanguarda tivesse chances de passar para o segundo turno, num país sem memória, e numa cidade com grande parte dos eleitores jovens e, pensava eu, alienados da história da sua cidade e de seu país.
Não sei se pela influência de artistas da televisão, pelo carisma de Gabeira, de sua postura, ou da profunda desesperança com a política tradicional, o que vi foi uma tsunami verde, uma invasão de paz, cidadania, amor ao Rio, solidariedade, ética, educação e doação na campanha dele. De repente, a quantidade de voluntários que se dedicaram à campanha do Gabeira, as ações públicas de solidariedade, como a doação em massa de sangue vermelho dos “verdes” ao HemoRio, que causou uma brancura de sorrisos, trazendo uma aura de humanidade à campanha, distante dos já conhecidos cabos eleitorais profisisonais, da máquina de fazer votos. Não que não haja publicidade, santinhos e panfletos, há, claro que há, porém não é o que marca todo o trabalho do partido e deste, que é o porta-voz do meio-ambiente, tão bem defendido há tantos anos, representante da natureza, da beleza, da elegância na política.
Sim, deveria haver um manual de etiqueta política nas campanhas, onde a educação, gentileza e elegância sobrepujasdsem a maledicência, o oportunismo e as alianças suspeitas.
Gabeira, de uma hora para a outra, plantou a semente da esperança e purificou o ar com sinais de otimismo. Há esperança para o Rio. Há esperança para o país. Há esperança para o homem.
Assim como o mal, o bem contagia, e essa onda verde é do bem, e veio para ficar e fincar raízes na história política do país. Independente de quem ganhe nas urnas, o Rio já ganhou! Ganhou fé nos homens, na política sem politcagem, na verdade e na palavra dita em tom baixo, mas sem baixezas.
Independente do resultado, me deixo banhar na onda verde da candura, da justiça, da sabedoria. E me deixo impregnar da vontade de fazer alguma coisa, de agir, de trabalhar pelo bem comum, de voltar a ter alegria com o meu direito de escolha. Aliás, de voltar a ter uma escolha.
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