Lílian Maial

Basta existir para ser completo - Fernando Pessoa

Meu Diário
05/10/2008 17h21
ELEIÇÕES 2008
®Lílian Maial


Hoje é dia de elição para prefeito e vereador.
Todo ano é tudo muito parecido, sendo que, nos últimos anos, com a introdução das urnas eletrônicas, tudo ficou mais ágil: o cidadão pode votar mais rápido e sair para a praia, para o almoço, para a família, ou até mesmo para um bar encher a cara, uma vez que a “lei seca” foi abolida, ao menos aqui no Rio de Janeiro. 

Não sei se estou menos otimista ou mais pessimista, mas dei pra confabular com meus botões, e eles me questionaram acerca dessa contagem de votos das urnas eletrônicas, da ausência de imposição da “lei seca”, da rapidez (que é ótima, sem dúvida), porém com uma perguntinha que não se cala: como fazer checagem ou recontagem de votos? E se alguém levantar uma suspeita, como ter certeza? 

Não quero parecer antipática ou retrógrada, mas, afinal, não foi idéia minha, e, sim, dos meus botões. Contudo, fico aqui matutando se eles não deixam de ter uma parcela de razão. 

Seja como for, este ano percebi algumas diferenças, achei o povo mais apático, menos entusiasmado. Pareceu, a mim, uma situação à que não foi dada a devida importância. Talvez traduza o cansaço da população de tanto tentar e tentar e tentar e não conseguir. 

Aí, novamente meus botões me interpelaram: peraí, cansados do quê, se tudo o que precisam está em suas mãos? Cansados do quê, se eles mesmos comandam o país? Cansados do quê, se, na hora de dar opiniões, mobilizar pessoas e idéias, participar, enfim, não estão nem aí? 

Até os candidatos, dessa vez, pareciam menos incomodados com a concorrência. As apresentações – salvo raras exceções – foram elegantes, tranqüilas, que chegava a dar vontade de ver todos no poder, juntos, como num britânico parlamento. 

Sei lá, mas me deu vontade de ver o Gabeira cuidando de um aspecto, o Eduardo Paes de outro, a Jandira de outro ainda, o Crivella de mais um, o Molon, o Chico Alencar, a Solange, enfim, se cada um assumisse a pasta daquilo que mais se destacou em sua campanha, o Rio de Janeiro teria um governo incrível, com cada um cuidando do aspecto da cidade que mais entende, lutando, todos juntos, para que a cidade voltasse a ser conhecida apenas pelo codinome: M A R A V I L H O S A! 

Chato é que, de repente, me dei conta de que estava escrevendo sobre o sonho utópico de cada cidadão, não só da minha cidade, como de todo o país. Mas agora, só nas próximas eleições...

***********

Publicado por Lílian Maial em 05/10/2008 às 17h21



Site do Escritor criado por Recanto das Letras
 
Tweet