Lílian Maial

Basta existir para ser completo - Fernando Pessoa

Meu Diário
03/12/2007 22h17
PROTEÇÃO ÀS MINORIAS MARGINALIZADAS?
“PROJETO DE LEI: PROTEÇÃO ÀS MINORIAS MARGINALIZADAS”
®Lílian Maial


De uns tempos para cá, a sociedade tem mantido as aparências de uma forma notável! Nunca tivemos tantas consciências limpas, quanto nas mais diversas campanhas dos últimos anos. É o Natal sem Fome, é Criança Esperança, é Fome Zero, é Idoso Formoso, Mulher Nota Dez, enfim, uma enxurrada de “pão e circo” que dura um dia, para o ano todo.

Nessa linha, diante da revolta da população politizada do país, surgiram idéias brilhantes de proteção das “minorias marginalizadas”. Assim, as mulheres, os índios, os negros, os homossexuais, os deficientes físicos, as crianças e adolescentes, os idosos, todos, passaram a ter tratamento especial, VIP mesmo, nas filas, nos assentos dos transportes urbanos, vagões de metrô e, pasmem, em vagas nas universidades!

Fico, por vezes, pensando aonde vamos chegar.

Ao invés de se melhorar a vida das pessoas, de forma que não se sintam “minorias” e, muito menos, “marginalizadas”, com iguais condições de ensino, higiene, moradia, emprego e respeito às leis; simplesmente aumentam-se-lhes a discriminação, separando-os do restante da população, como se fossem ETs privilegiados. No final, nem bem usufruem dos pseudo-privilégios e nem bem o governo cumpre o seu papel de cuidar para que “todo homem seja igual perante a lei”.

Em outras palavras, no momento em que se separa vaga nas universidades, em percentual, para negros, deficientes, alunos do ensino público, além de se passar atestado de incompetência do ensino público (= governo), o número de desfavorecidos que sobram é muito grande, e a preocupação de melhorar o ensino público, como um todo, se dissolve nessas medidas parciais.

Bem, além disso, a dignidade do cidadão fica comprometida, no instante em que ele aceita essas “esmolas” para alguns, de uma nação que ele ajuda, efetivamente, a construir.

Por isso, lanço aqui a idéia de um “projeto de lei”, para que algum político analise e leve adiante: assegurar vagas nas universidades para a minoria marginalizada das pessoas normais. Sim, garantir vagas para quem não seja deficiente físico, hipossuficiente, negro, homossexual, estrangeiro, caolha, flamenguista e pagodeiro.

Se retirarmos 10% para deficientes físicos, mais 20% para negros, mais 20% para homossexuais (que não sejam negros e deficientes – ou pode cumulativamente?), mais 20% para quem curse colégio público (vexame!), temos que correr para ainda vermos assegurado o direito de nós, que não pertencemos a nenhum desses grupos, ingressarmos numa universidade ou sentarmos nos bancos coloridos do metrô.

Muito mais lógico, embora não tão simples, se o governo fizesse a escola pública voltar a ser o que era, num passado não muito distante, quando se dizia com orgulho que se era aluno de escola pública.

Tinham mais era que desviar verba de qualquer outro orçamento, para injetar pesado na educação, e tirar crianças malabaristas dos sinais de trânsito, e ensiná-las, com todo o seu potencial, a representar, a declamar, a dançar, a projetar, a calcular!

Tirar as pessoas das ruas e colocá-las como funcionários das novas escolas, com salário digno. Ensinar ofícios, criar oportunidades. Não nivelando por baixo, facilitando a passagem de ano, tirando de quem sempre estudou e trabalhou, com imenso sacrifício próprio ou de seus pais; mas melhorando o nível, reciclando professores, aperfeiçoando currículo e métodos de ensino, dando aos professores dignidade e respeito dentro e fora das salas de aula, autoridade!

O negro não quer vaga para negro, mas condições de um ensino decente para seus filhos, de uma vida digna que possa dar-lhes a chance de vencer, de conquistar por méritos próprios, mas em igualdade de condições.

O homossexual tem uma orientação sexual que deve ser respeitada. Mas isso não o impede de estudar e competir em pé de igualdade.

O deficiente deve ter condições de competir, mas condições de locomoção e adequação à sua deficiência. Nada de protecionismos, mas de justiça, de direitos preservados para todos.

Só assim nós deixaremos de ter medo, de ter que calar ante a violência maior, que é a praticada em nosso dia-a-dia, sob nossos olhos, com nossos direitos de cidadãos sendo usurpados de todas as maneiras, com os torpes disfarces de pequenas regalias que, no máximo, enchem os olhos dessas minorias (?) que lavam suas consciências com as migalhas da arrogância, fantasiadas de benesses.

Uma população educada aprende a respeitar seus idosos, cuidar de suas crianças, admirar seus irmãos.

Não havia necessidade de separar assentos para idosos, há poucos anos. Naturalmente as crianças levantavam para qualquer senhor ou qualquer senhora, cedendo o lugar, sempre com um sorriso terno nos lábios e nos olhos.

Homem algum permanecia sentado, enquanto uma só mulher estivesse de pé.

Era assim, porque era ensinado assim. O povo era educado, mesmo que não fosse culto.

Somos um país de dimensões continentais, mas de coração de manteiga. Basta um pequeno incentivo, uma mudança de olhares para a educação, que a população responderá com a força e a pujança de uma nação que merece a grandeza de seu povo.

(artigo escrito no início de 2003)

Adendo: Agora, novembro/dezembro de 2007, um ilustre Senador da República – senhor Paulo Paim – resolveu propor a criação do “Estatuto da Igualdade Racial” (projeto de lei de 2003), que agrava mais ainda o panorama nacional de discriminação e populismo. Com esse projeto, vão obrigar a colocação da cor em todo e qualquer documento usado no SUS, de Seguridade Social, estatísticas de doenças de afro-brasileiros, História Geral da África no currículo das escolas do ensino fundamental e médio, além da criação de um Fundo Nacional da Promoção da Igualdade Racial, composto de recursos da Lei Orçamentária da União, enquanto os hospitais e escolas públicas de todos os brasileiros, independente da raça, credo ou seja lá o que for, continua caindo aos pedaços, aos trancos e barrancos, com profissionais sub-remunerados, doentes, sem atenção especial, sem autoridade, vendo seu trabalho de toda uma vida ser atirado ao lixo por um projeto populista, que vai virar lei!
Se antes era brincadeira e motivo de piada, agora é sério, e cabe uma profunda reflexão popular quanto aos reais objetivos desse projeto, e ao que ele nos remete, em termos de escamoteação de um preconceito muito mais grave, que é o dos políticos, que não vivenciam nem de longe a realidade do povo brasileiro.


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Publicado por Lílian Maial em 03/12/2007 às 22h17
 
20/11/2007 22h30
CONSCIÊNCIA MULTICOR
Consciência Multicor
Lílian Maial


Há alguns anos, começamos a ter, no calendário, uma data de comemoração da "Consciência Negra", numa espécie de apelação populista, ao ser criado o feriado em homenagem a Zumbi - tentativa de mostrar a importância da negritude em nosso país, estado, município. 

Nunca "igualdade" foi uma palavra tão gasta!
Como se a desigualdade fosse apenas em relação à cor da pele...
A cor da pele é mais um detalhe.
Entre os homens, vence a força, o poder, o domínio, o imenso ego.
Isso de luta de raças é pano de fundo para uma verdade bem mais ampla, que é a luta de classes e de minorias. 

Num poema que escrevi sobre o tema, coloco que "Zumbi seria branco, se negro fosse o feitor". E é exatamente isso! Zumbi era negro e virou símbolo de negritude, porque o feitor, o senhor de engenho, o poder eram todos brancos. Fosse o inverso, e Zumbi seria um branco. A cor da pele é mero detalhe. 

A luta é por algo bem mais abrangente, e remonta a épocas bem anteriores.
Cristo, que eu me lembre, era branco.
Os judeus, na segunda guerra, eram brancos.
Che Guevara era branco.
A mulher pode ser da cor que for, que será minoria de força, porque a própria mulher dependente segrega a independente, a forte, a que se sacrifica por um ideal maior.

A pele é flor, é adereço, é beleza e perfume, é enfeite da vontade.

Zumbi hoje ficaria revoltado com a "homenagem", uma vez que a sociedade não libertou os negros, e eles mesmos não se livraram dos grilhões, se colocando numa situação de separatismo inconcebível, verificado nos grupos de difícil penetração, nas letras de músicas funk, no medo embutido nos olhares em cada esquina, nas vergonhosas vagas marcadas em universidades, nos vidros dos carros rapidamente erguidos ao menor movimento de aproximação. 

É, a coisa está feia, o tronco persiste de maneira subliminar, e o negro acaba aceitando as migalhas de honra, como se não fosse capaz de vencer como qualquer branco. Tem de gritar e gritar muito pelas oportunidades, como têm de gritar as mulheres, os homossexuais, os muçulmanos, os judeus, os índios, ou qualquer grupo minoritário em força e poder.

Isso de "consciência negra" não deixa de ser um tributo à separação, um imposto pago por ser negro, por ter apenas um pouco mais de melanina. Não faz sentido, porque a cada dia nasce um Zumbi em toda parte, seja na China, no Irã, no Acre, no Congo, em cada esquina, alguns do sexo masculino, a maioria do sexo feminino.

Zumbi não morreu e nem venceu a luta.
Ela está nas ações de todo dia, na retina, nos poros, na adrenalina.
Não pode ser calado por esmola, por benesses, mas por direitos iguais, por oportunidades universais para brancos, negros, amarelos, vermelhos, homens e mulheres, afinal, isso é um país miscigenado, jovem, rico e hospitaleiro, e nosso povo é reflexo dessa mistura de raças. 

Está na hora de acabar com datas, clãs, feudos e partir, definitivamente, os grilhões que ainda sustentam a indiferença, a submissão e o preconceito.

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Publicado por Lílian Maial em 20/11/2007 às 22h30
 
08/11/2007 22h00
DANÇA DO VENTRE
       Hoje assisti a uma apresentação de “Dança do Ventre de Senhoras Aposentadas”, numa comemoração de uma instituição de Previdência, que me comoveu.  

       Não eram senhoras cinqüentonas afogueadas ou exibidas, mas todas mulheres acima dos setenta anos, sem tentar camuflar as marcas do tempo, assumindo a terceira (já para quarta) idade, mas com uma alegria, um empenho, uma união e seriedade que dificilmente se encontra nos mais jovens. 

       Elas estavam a caráter, porém com trajes discretos, e cobertas por véus e kaftans, bem maquiadas, penteadas, descalças e esplendorosas.  Os passos bem ensaiados, juntas, ali, como um grupo de amigas atemporais, deram seu recado, mostrando que não há limite de idade para se ser feliz ou simplesmente alegre. 

       Não percebi nessas mulheres o desespero de enganar o tempo, muito menos o ridículo de quererem aparentar o que não são. Não! Nada disso! Estavam ali se divertindo, brincando, exercitando a feminilidade, que não se perde com a flacidez ou a mudança física.  Eram almas femininas e extremamente sensuais na inocência, na alegria, na integração de mente, corpo e espírito. 

       Como era uma apresentação em local público, naturalmente várias pessoas riram delas, debocharam de seus ventres flácidos e sem atrativos eróticos, ventres esses que já deram muito prazer, já acomodaram e protegeram muitos dos homens que poderiam estar ali.    Mesmo esses, que inicialmente hostilizaram as doces e lindas damas, ao final as aplaudiram veementemente, porque perceberam a mensagem que estava embutida em cada passo tímido, em cada trejeito com as mãos enrugadas, em cada sorriso livre de máscara, numa entrega ao simples festejo de poder caminhar, dançar e encantar. 

       Aquelas senhoras lavaram minha alma, por vezes conturbada com a ameaça do tempo que passa, com os problemas que chegam e vão, com a lei do inquilinato da vida, que vem cobrar o aluguel e avisar do futuro despejo. 

       Elas simplesmente dançavam ao sabor das batidas marcadas da música árabe, como suaves borboletas bailando no ar, com seus pezinhos pequeninos, suas mãos de veludo e seus olhos de esperança, sua homenagem à vida. 

      Que suas vidas sejam sempre uma linda dança do ventre! 

      Salem Aleikum! (Que Deus as abençoe!) 


OBS:  Mais que simples movimentos de quadril, a dança do ventre é uma manifestação que permite à mulher redescobrir as suas forças femininas que o dia-a-dia e a repressão trataram de esconder. 
           É uma dança milenar que seguramente já existia na época dos faraós, onde as mulheres dançavam para louvar divindades femininas.
          Com origem sagrada, esta é uma dança de celebração, em que comemoramos nossas alegrias. Ela é, acima de tudo, uma linguagem que usamos para interpretar as belas canções árabes que falam de amor, alegria e paixão. Através desta dança podemos expor sentimentos que encantam; aprendemos com o corpo e com o olhar a falar coisas que nem o mais habilidoso poeta consegue transmitir.

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Publicado por Lílian Maial em 08/11/2007 às 22h00
 
02/11/2007 21h27
FINADO

FINADO
Lílian Maial 


Ocultos estão
em longas viagens
de retorno incerto
de reencontro tão perto
vagando por meus sonhos e pesadelos
rodopiando num balé conhecido
agitando chaves
experimentando vestidos
sorrindo em fotos amareladas
posando em papéis escolhidos
levando o sol com o poente
rastreando a lua
piscando estrelas
entre anjos e almas perdidas
em paraísos e nuvens encardidas
estão ocultos, escondidos
e demoram tanto a voltar..
Nas marcas visíveis da vida
sua melhor poesia escolhida
foi a alegria de ver brotar a flor
e raiar o dia.
Nas aulas de amor que ensinaram
ao longo de vivências e querências
a luz esteve sempre presente
a orientar a lousa do coração.
Hoje estão ocultos
talvez caminhando ao meu lado
e a tão dura palavra "finado"
venha a ter outro significado
quando eu aprender a soletrar o universo.

*****

02/11/98 - do livro "Enfim, renasci!"


Publicado por Lílian Maial em 02/11/2007 às 21h27
 
23/10/2007 21h19
EU NÃO QUERO MORRER EM DOIS ANOS...
®Lílian Maial 


Você leva a sua vida tranqüilamente – ou melhor, a g i t a d a m e n t e – e nem se dá conta da enorme quantidade de pessoas que sofrem com as mais variadas moléstias, as mais cruéis privações, os mais dilacerantes traumas, as mais aviltantes notícias, e as mais terríveis perdas. Vivemos sem nos darmos conta de que, a cada dia, estamos mais próximos da morte, até que nos deparamos com ela. 

“Eu não quero morrer em dois anos” foi a frase que me chamou a atenção para isso. 

Uma amiga, que soube ser portadora de uma doença consumptiva, no auge de sua angústia, de seu medo, isolamento e desamparo, de maneira simples e sofrida comentou que um conhecido tinha tido mal semelhante e morrera em dois anos, e que ela não queria morrer em dois anos. Não falou em um ano, em três anos, ou em apenas não querer morrer, mas usou o tempo de dois anos. 

No fundo, não queria morrer nunca. Sempre adiamos a morte.
Quando estamos com 18 anos, imaginamos que seremos velhos aos 28, e que não nos importaríamos se, até lá, ficássemos doentes, ou gordos, ou feios. Aos 28, imaginamos que aos 38 não importará muito se estivermos doentes, ou gordos, ou feios. Aos 38, nos sentimos com 28, e não ligamos muito se aos 48 estivermos, aí sim, doentes, ou gordos, ou feios. Aos 48, percebemos que não há muita diferença dos 38, e então adiamos para os 58 o fato de ficarmos doentes, ou gordos, ou feios. E por aí vai, até que nos damos conta que doença, gordura ou feiúra não tem idade. E que o digam as vítimas de acidentes nas estradas, voltando de um final de semana maravilhoso, ou as vítimas de acidentes de aviação. 

Ninguém quer envelhecer, adoecer, morrer.
E ninguém está realmente preparado para isso. Por mais fé que se tenha, por mais cabeça feita, por mais que a vida não lhe tenha sido muito sorridente, o fato é que ninguém quer morrer nunca. 

Eu lido com pessoas que vão morrer de doenças graves diariamente. 
Há várias etapas pelas quais essas pessoas passam, já amplamente descritas pela psicologia, como a negação do diagnóstico, a possibilidade de erro de laboratório, a sensação de não merecer (por que eu?), a tristeza de deixar o convívio dos familiares, o apego às coisas e objetos, a contagem do tempo, o desespero a cada novo exame, e finalmente a aceitação e a luta para sobreviver.
E isso não tem idade. 
O jovem age da mesma maneira do idoso, que consegue ter a mesma garra de um leão para enfrentar os tratamentos, que muitas das vezes são mais torturantes que a própria doença em si. 

Eu não quero morrer em dois anos, nem em três, ou quatro, ou dez, ou trinta! Eu quero criar os filhos, os netos, ver bisnetos.
Na verdade, imaginar não ver mais o pôr-do-sol, não sentir mais o vento no rosto, não receber mais um sorriso de criança ou um olhar de agradecimento, não sentir o toque do amor, o cheiro do desejo, o suspiro do gozo. Não dá pra pensar em perder tudo isso. Quando lembro que, todos os dias, temos tudo isso e desperdiçamos... 

Dizer que o tempo é curto ou extenso é bobagem, porque para quem está tendo um derrame na hora, a idéia de cinco minutos é uma eternidade, que dirá dois anos! 
Mas para quem tem uma vida feliz, dois anos passam num piscar de olhos. 

Então, o que fazer, o que pensar, como se confortar? 

Não há conforto no tempo. Um mês, dois anos, dez dias, quatro horas, é tudo muito relativo, é tudo muito, ou é tudo pouco. 

O conforto também não está nas palavras, que os ouvidos são moucos para tentativas de amenizar a dor e o medo, a menos que sejam palavras de um especialista com novidades sobre o tratamento. 

O conforto está no calor dos entes amados, no amparo, na presença constante e protetora dos seres preciosos, como cônjuge, filhos, pais, irmãos, amigos queridos. O conforto está na nossa casa, nosso cantinho, em poder compartilhar nossa ansiedade, medos e fantasmas, e dividir o peso do fardo que virá. 

O conforto está também na força interior, na confiança no profissional escolhido, na compreensão da doença e no entendimento dos caminhos para combatê-la, ajudando o organismo nas batalhas a serem travadas, mantendo a energia positiva, com a certeza de que você conseguirá sair disso como uma pessoa vitoriosa, mesmo que machucada, cansada e doída, porque aí não terá dois, nem três, nem quatro anos, mas uma vida inteira atemporal. 

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Publicado por Lílian Maial em 23/10/2007 às 21h19



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