Lílian Maial

Basta existir para ser completo - Fernando Pessoa

Meu Diário
22/05/2007 18h45
PERDAS & GANHOS
® Lílian Maial


Não! Não é resenha do livro de Lya Luft, embora a companheira saiba muito tanto de perdas, quanto de ganhos. Divago aqui sobre os ganhos ao longo da vida, o que se vai conquistando a cada dia sem perceber, como a capacidade de enxergar, ouvir, cheirar, tocar, sorrir, amar. Isso é dádiva!

Não costumamos enumerar, por dia, o “quantum” de ganhos, somente as perdas. Não temos o hábito de agradecer o fim do dia inteiros e vivos. Deveríamos, porque muitos não terminam.

Quantos de nós reparamos em nós mesmos, em nossos companheiros, nossos filhos em detalhes? Quantas vezes os observamos num dia, os abraçamos de verdade, mas aquela verdade de quem teme perder?
No entanto, por haver tantos e infindáveis ganhos diários, não vamos percebendo o que se ganhou naquele dia especificamente, o quanto nos foi permitido usufruir o ganho. Até que começamos a perder.

Não temos direitos sobre o que nos é dado receber, que não o de usufruir enquanto os temos. Mas isso, só descobrimos quando perdemos.
Ganhamos o carinho dos pais, a comida, o abrigo. Ganhamos instrução, brincadeiras, conhecimento. Ganhamos corpo, prazer, amor. Ganhamos ambição, a luta para construir um futuro, ganhamos um cônjuge. Ganhamos casa, carreira, filhos. Ganhamos status, amigos, alguns desafetos, beleza, poder. Até que vem a primeira perda, que pode ser um emprego, um cargo, um parente, um dente, um ovário, um seio, o cabelo, o cônjuge.

Não estamos definitivamente preparados para as perdas, e não fazemos nada quanto a isso.

Tento estabelecer um equilíbrio entre perdas e ganhos, e fazer um balanço sincero no interior, determinar prioridades, cumprir metas.
Eu quero ser feliz. Essa é a minha meta. E não é ser feliz lá longe, amanhã, num futuro que não sei. É o hoje, o agora, e com o que eu tenho e posso.

Não adianta atribuir a riquezas e mordomias a minha felicidade, quando sei que minha vida é restrita ao que faço, ao que sou e aos que amo. E é aí, nessas simples e aparentemente pequenas coisas, que está a minha felicidade.

Hoje não troco um longo e delicioso abraço de um filho, recostado comigo no sofá, por programa nenhum. Não busco nas amizades fúteis o significado do bem estar interior, nem em braços estranhos a razão do meu sorriso. Não!

Minha alegria sempre esteve e ainda está, mais do que nunca, no calor que emana do sol, no frescor que me vem com a chuva (e seu indefectível cheiro de mato molhado), nas águas do mar a me fazerem cócegas nos pés, nas asas de uma borboleta livre a me transportar para florestas imaginárias de cores surreais, no desabrochar das flores da minha varandinha, no inconfundível e absolutamente identificável cheirinho azedinho-doce das nuquinhas dos meus filhos, na confiança e certeza do olhar do amor, e na palavra e nos versos da poesia que me escrevo, na minha liberdade interior de pensar e acreditar.

Sou um mar infinito de ganhos, com algumas manchas de óleo de perdas, que insistem em matar meus peixes e entranhar um odor desagradável de tristeza. Mas vêm as ondas, as marés, como os ciclos lunares, como o sangue que me revigora e me sangra de vida, que ainda perderei, mas que me inflama enquanto pulsa.
Recuso-me a deixar pender o lado das perdas nessa balança. Sou dona desse bingo, sou proprietária desse cassino, e a roleta não é viciada para perder.

Tenho perdas sim, e ainda as terei mais e mais, cada vez mais, pois a perda é a fome da manutenção indefinida do ganho. Perdemos quando não conseguimos mais ganhar, ou quando nos é tirado o ganho. Precisamos usufruí-lo, enquanto o temos nas mãos. Não há como impedir as perdas, mas há como viver os ganhos intensamente, como nunca ninguém viveu, e sobreviver às perdas no sabor dos ganhos.

Em cada situação da vida há escolhas, e escolhas implicam em perdas. Mas pombas, também implicam em ganhos! A felicidade está em não se valorizar tanto as perdas, mas os ganhos. Não chorar pela infância perdida, mas pelas possibilidades da vida adulta. Pelo frescor da pele, mas pelo conhecimento da experiência. Pelo viço da mocidade, mas pelo prazer da maturidade.

Eu tenho medo de perder os que amo. Tenho medo de perder a liberdade. Tenho medo de perder o amor. Mas de tudo, o que mais tenho medo de perder é a capacidade de reconhecer meus ganhos.

***********

Publicado por Lílian Maial em 22/05/2007 às 18h45
 
16/05/2007 19h57
O HOMEM MADURO
Lílian Maial


Os poetas (homens) que me perdoem, mas a observação feminina leva-nos a pensar através da poesia. Mesmo aquelas que não deixam fluir, ou não conseguem transcrever para o papel ou para a máquina o que percebem, observam, devaneiam a respeito dos
homens, ou de um, em particular, têm a nítida diferença das fases pelas quais eles passam.
Pode-se até mesmo traçar um paralelo entre a fragilidade masculina, com o avançar da idade, e a feminina.
Nós, mulheres, tememos a menopausa, a diminuição da libido, a rejeição social.
Eles temem a impotência, a dificuldade de ereção e satisfação da parceira, a rejeição social.
Nós, o temor de tudo despencar, murchar, inchar.
Eles, a calvície, os pneuzinhos, as manchas na pele.
Nós, a celulite, as rugas.
Eles, o infarto, as rugas.
Nós temos os estrogênios, as pílulas.
Eles agora têm Viagra, o “santo remédio”.
Mas ambos temos nossos temores ocultos, nossas buscas desesperadas, nossos segredos inconfessáveis, nossos sonhos.
Nessa fase, as mulheres tornam-se mais suscetíveis a romances com homens mais novos, por vezes muito mais novos.
E eles também.
Curioso é que nós ainda nos espantamos e criticamos a nós mesmas quando vemos uma quarentona acompanhada (e bem) de um jovem com menos de trinta anos. Mas nada falamos ao ver um homem de seus cinqüenta com uma mocinha de vinte. Somos nós as machistas. E por pura covardia e inveja. Homens, nesse aspecto, são mais solidários. Uns encobrem os outros, se ajudam.
Nós, bobas, não. Somos capazes de gestos atrozes quando nos deparamos com algo dessa esfera, para a qual não temos coragem de assumir e fazer também,
embora o desejo nos queime por dentro.
São as falso-moralistas que tanto abominamos, mas que tão bem conhecemos. E que muitas de nós insistem em valorizar como alicerces de algo falido e
ultrapassado.

Mas estou aqui para falar de homens!
E vamos a eles.


Já notaram como um homem maduro é frágil?

Sim, frágil!
Parece que ele segue um caminho de força, dedicação, luta, perseverança, sacrificando a tudo e a todos pelos seus objetivos, desde que nasce, até os
trinta e tantos, quarenta anos.
Mas, subitamente, se pega sozinho, sem ninguém com quem dividir as angústias, já que assume papel de “chefe da família” perante esposa e filhos. Mal sabem eles as noites mal dormidas, os dias de tédio, os questionamentos que aquele homem, se vendo de repente moribundo (não esqueçam dos riscos coronarianos!), passa a cada dia.
Não há com quem dividir seus temores, não há com quem compartilhar a vontade de comer algodão doce e andar na roda gigante (montanha russa é para os
trintões). Não há com quem dividir as músicas da adolescência que vêm à mente não se sabe de onde, só para fazer lembrar de como o tempo passou.
Necessita de amigos, mas não aqueles amigos em comum com a família. Não, esses seriam mero reflexo.
Necessita amigos e amigas com quem rir de besteiras que a família franziria a testa.
Necessita ser admirado pelo seu físico, inteligência, força, mas também por sua sensibilidade, perspicácia e desempenho.
Adora, embora não confesse, receber flores e poemas. Aliás, como é apreciador de poesia!
Sente medo do ridículo, mas quer se apegar à juventude, seja através de gírias disfarçadas sob “como diria meu filho”, ou da roupa mais “maneira” que ele “ganhou” de alguém, ou por aquela gravata de motivo da Disney, que fingiu que não gostou, mas que "precisa" usar para agradar o chefe que o presenteou.
Treme de medo da limitação, da doença, da pobreza, enfim, do fracasso.
Geralmente não encontra apoio aos seus questionamentos, porque simplesmente não partilha seus receios, talvez até por não ter consciência deles.
Mas a angústia está lá.
E aí, uma companhia agradável e preocupada com seu bem-estar, pode ser o estopim para relacionamentos extraconjugais.
É nessa hora que ele se sente menino de novo, viril, bonito, atraente, inteligente, capaz de arrebatar um coração carente e cheio de amor e compreensão pra dar. Mas vá conviver com ele...

O homem maduro tem seu charme, tem sua eloqüência.
É esperto, vivido, sabe bem o que dizer, a hora certa de dizer, o que fazer, quando calar.
Sabe cativar, sabe ser presente, sabe conquistar.
Tem paciência para a conquista, porque a verdadeira conquista é um jogo de paciência.
Ainda tem sua virilidade, seu vigor, mesmo que seu físico já não contribua tanto.

Troca o número pela qualidade o que, cá pra nós, sai ganhando de longe!

Porém, não faz idéia das armas que possui, justamente por assim ser.

A mulher que conseguir entender e fazer desabrochar o homem maduro, terá ao seu lado um companheiro de todas as horas, um apaixonado romântico, um
amante paciente e eficiente, um amigo, um confidente, um homem cheio de surpresas, que pode chorar junto de um filme triste, como pode assumir a
culpa por uma decisão (dela) errada.

A mulher que souber cativar esse homem, dar espaço a seus sonhos, seus devaneios, ser sua cúmplice sem cobranças, mas sem rédeas muito soltas (porque ele sente o mínimo abandono), terá um homem pronto para o amor. Um homem que sabe como amar e sabe se fazer amar. Um homem que se pode contar, que se pode admirar e manter ao lado, orgulhosa e feliz.

A mulher que encontrar esse homem, que anda vagando, perdido por aí, no meio de relacionamentos cataclísmicos, terá a chance de conhecer momentos de
prazer intenso, parceira de alguém que se doa a cada dia, que só espera ser tratado como um homem especial, que, na verdade, é.

E esse homem está esperando por nós aí, ao nosso lado, na nossa casa, no nosso trabalho, na nossa rua, na nossa roda de amigos, até na Internet.
E como tem maduro virtual atraente!

Resta, depois disso, aprender a identificar o homem maduro.
Procure por um homem que se mostra pela força, mas que está frágil feito um bibelô.
Procure por um homem decidido, mas que está louco para ser dominado por uma mulher lânguida.
Procure por um homem sem muitas prosopopéias, mas que adora descobrir cada detalhe de uma mulher.
Procure por um homem de aparência comum, mas que saiba se transformar em dezenas de homens só pra lhe satisfazer.
Procure por um homem seguro de si, mas que precisa desesperadamente de elogios.
Procure por um homem sem compromissos, mas que não abre mão de marcar ponto no seu coração.
Procure, enfim, por um homem seu, mas que precisa ouvir e sentir a cada dia, o quanto você lhe pertence.

***********

Publicado por Lílian Maial em 16/05/2007 às 19h57
 
15/05/2007 21h35
EMPAREDADA
Lílian Maial



Sim, sim, a tristeza é o combustível do poeta, e a inquietação, a faísca que atiça. E o pobre bardo tentando tampar o buraco no peito, mas só conseguindo abrir fendas e feridas, sonhar com a normalidade que não conhece, o amor que pensa existir, a felicidade que não entende.

Há tantas coisas por saber e tantas outras por descartar. Mas como sabê-las descartáveis, antes de vivê-las todas?

Não sei se tenho espaço entre a cabeça e o peito, ou apenas uma Torre de Babel, onde a razão me ensina de um jeito, e a emoção me corrompe de outro, num cabo-de-guerra sem fim.

Sou bêbada das minhas vivências, equilibrista de fatos e resquícios de memória. Sou dependente química de algo que não tenho, ou que talvez sempre tenha tido e nunca soube identificar.

Alimento o anseio por respostas e, hoje em dia, também por novas perguntas, já que sou mutante e cíclica, poeta de faz-de-conta, perita em altos e baixos, cada vez mais nivelados ao chão, leito final de bípedes, quadrúpedes e incrédulos.

Sinto que algo me passou despercebido, algo deixou de me visitar os dias e, quando dei por mim, tinha passado a estação, ou será que eu é que havia errado de trem?

Não, ainda há de acontecer um evento qualquer que me arrebate e me esclareça tudo, ocupe todos os espaços, preencha todos os silêncios, e me aponte a verdadeira razão de eu ser poeta, ou ser mulher, ou ser este ser que não se encaixa nas fotos, nas conversas de bar, nos cantos da vida ou em qualquer coisa que não seja ímpar.

*********


06/02/07

Publicado por Lílian Maial em 15/05/2007 às 21h35
 
29/04/2007 10h54
PAUSA
®Lílian Maial


Nada mais difícil do que perceber a verdade absoluta das coisas!

De repente, num dia completamente “aclimático”, encarar a simplicidade da resolução das equações todas, constatar que o balanço dos anos é a mais doce fantasia de vida, numa seqüência de atos e fatos a lugar nenhum.

Agora entendo que não há mais poesia em mim. A liberdade é mais um grilhão a prender vontades imaturas ou, talvez, mais um caminho de repensar desdita.
Seja como for, não há mais âmago nos versos do mundo, somente um amontoado de palavras sem nexo, um emaranhado de passado sem vida, um nevoeiro a cada amanhecer.

Há, sim, o sol, mas não há mais calor. Não há nem mais sangue pulsando futuro.

Tem um resto de sorriso num rosto atônito, uma borra de café de conformidade, um par de algemas nuns punhos de embalar, e essa tristeza absurda, incompatível com o bater frenético do coração inquieto.
O dia fica à espera dos fatos.
O poeta, à espera do milagre.

A corda lamenta o nó desfeito, esse mesmo nó que veio pra garganta e teima em desatar numa enchente de dor miúda, que vai se encolhendo no cantinho do peito.
As noites não trazem mais promessas de velar sonos, e as palavras pousaram em algum galho frondoso, calando os vôos por rimas e ilusões.

Não, não há poesia na certeza!

Eu quero a dúvida, a busca, o mistério e o segredo! Eu quero a mentira da ficção! Eu quero o engodo do medo!
Entrego, a quem quiser, de mão beijada, o acre sabor da missão cumprida.
Quero uma última gota, a sobra do prato, a esperança...

Meu reino pela esperança de um pesadelo!

************

+

Publicado por Lílian Maial em 29/04/2007 às 10h54
 
14/04/2007 18h02
O ANEL QUE TU ME DESTE...
®Lílian Maial



“O anel que tu me deste
era vidro e se quebrou;
O amor que tu me tinhas
era pouco e se acabou.”


Assim falava a velha cantiga de roda, que muito já cantei, como todos, sem prestar muita atenção ao significado real por detrás das palavras. Agora, alguns bons anos mais tarde, já não danço a ciranda, cirandinha, mas recebi um anel, que não é de vidro, que não se quebrou, mostrando que esse amor nunca há de se acabar.

Interessante como o anel é símbolo de algo interminável, um círculo, sem começo, nem fim, algo que se perpetua. Representa união, aliança, cumplicidade.

Há muitos anos, fui trabalhar em um ambiente hostil, de pessoas ambiciosas, na busca do poder. Esse tipo de poder nunca me encheu os olhos, então me sentia deslocada - uma estranha no ninho - um alguém sem referências ali, naquele local.

Foi quando encontrei essa mulher, essa pessoa delicada e, ao mesmo tempo, determinada. Essa criatura doce e meiga, sensível e lúcida, com uma visão absolutamente altruísta, sinalizando inúmeros pontos de identificação comigo, a começar pela maneira holística de ver a vida.

Essa amiga me fez gostar de ir trabalhar naquele lugar lúgubre, me devolveu a esperança de que nem tudo estaria perdido, e que se pode amar as pessoas pura e simplesmente por se sentir amor por elas.

Os anos foram passando, a vida foi fluindo, as divisórias de “eucatex” separavam nosso espaço físico, mas não conseguiram afastar nosso espaço interior e nossa imensa afinidade.

Um dia fui transferida, e minha amiga ficou, com todos os seus rosas, seus corações, papeizinhos e canetinhas coloridas, com seus quadros na parede e sua moldura no peito. Ficou desfalcada da poesia dos dias insossos, como fiquei amputada das surpresinhas das manhãs, das confidências dos corredores, das peraltices indizíveis e adivinháveis nos sorrisos e olhares apertadinhos compartilhados.

A saudade batia, mas a vida corria mais que os pensamentos, que as lembranças, que os desejos de nos mantermos ligadas. Só que já éramos irremediavelmente atadas a esse sentimento irmanado, imantadas dessa admiração e carinho mútuos, dessa amizade sincera e desinteressada, que só duas almas atormentadas pela verdade e pelo amor incondicional poderiam entender.

E como a vida dá muitas voltas, voltei. E reencontrei minha amiga, embora não a tivesse reconhecido nela. Estava diferente, talvez mais amarga, quem sabe mais sofrida, ou apenas mais só. Eu também havia mudado, como mudam todos os que passam pela vida, deixando que ela lhes penetre as entranhas, com todos os prazeres e todas as dores que essa interminável viagem pode proporcionar.

Vivemos, então, lado a lado, porém ainda distantes, como se nossa amizade não tivesse sido nossa, como se nossas lembranças tivessem sido apagadas. Estranhamente vivemos um bom tempo nesse estado de suspensão, até que um fato novo veio modificar tudo: ingratidão. A dor da ingratidão foi visitar minha amiga, após tantos anos de dedicação ao trabalho. Sim, ela seria forçada a se mudar dali, seu trabalho não recebera o reconhecimento que ela tanto esperava, e estaria sendo transferida. A notícia causou-lhe desespero tal, que abriu-lhe todas as feridas que um peito pode suportar, trazendo à tona os questionamentos de uma vida inteira, as oportunidades desperdiçadas, os degraus galgados, os atalhos não tomados, enfim, uma retrospectiva unilateral e solitária de toda uma labuta diária, que agora teria de deixar para trás, e pior, teria de iniciar em outro lugar, outro ambiente, outras pessoas.

E foi em meio a esse caos que nosso elo foi acionado, e nos celebramos novamente, com amparo, carinho, presença, apoio.

E trocamos anéis. Não nos demos conta, mas nos presenteamos com anéis, com círculos, com aliança, com cumplicidade.

E esse anel que ela me deu me serviu como uma luva, como o que eu dei também serviu como que por encomenda, sem uma saber a medida do dedo da outra. Coisas de ciranda, de cantiga. Coisas de roda. Roda da vida. Anel.

**********

Publicado por Lílian Maial em 14/04/2007 às 18h02



Página 30 de 37 « 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 » «anterior próxima»



Site do Escritor criado por Recanto das Letras
 
Tweet