Lílian Maial

Basta existir para ser completo - Fernando Pessoa

Meu Diário
20/01/2007 21h10
SÃO SEBASTIÃO DE PRONTIDÃO
®Lílian Maial


Hoje é o dia de São Sebastião, padroeiro da cidade do Rio de Janeiro. O santo deve estar apavorado com os caminhos de sua cidade protegida, talvez triste por sua incompetência de protegê-la, ou estupefato com os esforços do ser humano em denegrir e destruir a imagem da mais bela cidade do mundo!

São Sebastião olhou lá de cima e viu um bando de policiais e exército nas ruas, e imaginou que finalmente a paz reinaria, e o Rio voltaria a se preocupar somente com os ensaios de escolas de samba, com filtros solares e férias das crianças. Mas depois ele coçou bem os olhos e percebeu que se tratava de uma força de segurança, um reforço militar, pela reunião do Mercosul, com a presença de chefes de Estado sul-americanos.

São Tião se surpreendeu com o discurso totalitarista de Chávez e sua rivalidade flagrante com o nosso Presidente, sabidamente chefe de estado do país líder sul-americano, que vem procurando manter relações cordiais com todos os demais líderes das nações vizinhas, numa tentativa de unir forças e estabelecer um mercado interno, a exemplo do europeu, só que com cabeças e lideranças difíceis e com poucos recursos internos para apostar.

Não entendeu, nosso santinho, quais as vantagens que a entrada de um país como a Venezuela traria para o nosso país, muito mais agora, com medidas restritivas deles aos Estados Unidos da América que, queiramos ou não, é nosso maior investidor no momento. Desagradar a eles e manter comércio livre com um país que pouco aproveitaria nossos produtos e pouco teria a oferecer de vantagem, seria, no mínimo, suicídio comercial.

Nosso padroeiro, que providenciou um belo dia de sol, após um período nublado para o carioca, sentiu um certo mal estar com toda essa violência e toda essa maquiagem característica de estréia de novo governo.

Sabe, o louvado santo, que não é esse o meio de garantir a segurança do estado, se os demais pontos não forem severamente atacados.

O querido santinho sorriu, encabulado, ao saber que o violão do Ministro da Cultura – Gilberto Gil – fora devolvido por um menino de 10 anos, que possivelmente nem matriculado na escola está.

Interessante a maneira com que o caso foi tratado pela delegada, com um empenho maior do que qualquer seqüestro jamais visto! Isso é que é amor à arte!

Tiãozinho fechou os olhos e ouvidos, ao saber que o Rio está de prontidão, com a Força Nacional nas ruas e o reforço de operações militares nos morros, quase sem baixas de policiais e civis. Bocas estouradas, fortalezas invadidas, e muito material apreendido. Será sonho? Santos sonham?

Enquanto isso, as praias lotam nesse feriado, mais meninas adoecem com a obsessão pela magreza, mais mulheres calam com o olho roxo, mais meninos cheiram cola para enganar a fome, mais políticos enviam dinheiro para algum paraíso fiscal, mais novenas e procissões são encaminhadas pela cidade, e as flechas ainda sangram no nosso Rio de Janeiro de São Sebastião (de prontidão).

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Publicado por Lílian Maial em 20/01/2007 às 21h10
 
14/01/2007 19h41
Aonde foi parar a inocência perdida?
®Lílian Maial


O brasileiro estava acostumado a observar as grandes catástrofes mundiais de camarote, muito embora sofresse mazelas endêmicas, como fome, má distribuição de renda, corrupção, seca e outras tantas que, por serem crônicas, não pareciam desequilibrar a resistência e a natural alegria dos brasileiros.
No entanto, de uns tempos para cá, o cenário mudou. De tanto criticarmos o mundo inteiro, parece que a vingança veio, se não a cavalo, certamente na revolta dos rios e das matas, na zanga de Gaia, que resolveu mostrar do que é capaz, quando instigada ou relegada a segundo plano.
Os últimos acontecimentos de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro corroboram o raciocínio. Escavar, ferir a terra, desmatar, alterar o curso dos rios, essa mania de grandeza do homem – senhor de todos os grandes feitos – vai levar a raça humana à extinção em breve, de acordo com o cientista inglês James Lovelock, em seu livro “A Vingança de Gaia”.
Lovelock, que acredita na Terra como um organismo vivo, compromissada com o equilíbrio, comenta que o superaquecimento global é irreversível, mesmo que, de agora em diante, todas as medidas fossem tomadas para tentar impedir a subida da temperatura da Terra, com suas devastadoras conseqüências para os seres vivos, notadamente a nossa espécie. Ele prevê que, por volta de 2040, a vida se torne insuportável no planeta.

Nós, que há alguns anos pensávamos que nossas dificuldades eram apenas a ditadura, o governo e a distribuição de renda, nos deparamos com situações de vulto mundial, e ficamos estarrecidos com nossa ignorância e incompetência para lidar com o que vem ocorrendo.
Dia após dia, novos fatos trazem à tona essa incapacidade. Grandes catástrofes começaram a ocupar os noticiários nacionais, como inundações, desabamentos, rompimento de barreiras, de conseqüências avassaladoras, com inúmeros desabrigados e a perda de vidas inocentes.
A irresponsabilidade do lidar com a terra é de todos, mas notadamente daqueles que detêm o conhecimento e a noção tecnológica dos riscos. Infelizmente os ambientalistas sempre foram vistos com desconfiança e certo desprezo, como um grupo de pessoas sem representatividade técnica, como meros sonhadores exagerados e alienados. O mundo confundia ambientalistas com adoradores do verde, misturavam ativistas ambientais com grupos de desocupados ou drogados acomodados.
Hoje o que se vê é que esse grupo – muito pequeno para enfrentar a mídia e os grandes interesses mercantilistas – está em evidência, valorizado pelo desconhecimento do resto do planeta, mas provavelmente de maneira tardia, já sem muito poderem fazer.

Sem dúvida tivemos alguns avanços, com reduções de 5, 10 e até 15% na emissão de gases tóxicos, que aumentavam o buraco de ozônio. Mas e quanto aos desmatamentos inconseqüentes de séculos e séculos a fio? E a destruição das florestas, para cultivo de alimentos e criação de gado? Pois se é a floresta a responsável pela manutenção da saúde da Terra, como sobreviver num planeta mortalmente doente?

Hoje choramos consternados sobre os corpos das vítimas do vultuoso desabamento nas obras da estação Pinheiros do metrô da cidade de São Paulo, que formou uma cratera gigantesca, como a engolir a ambição do homem e seu acotovelamento nas grandes cidades.
Lamentamos, solidários, os desabrigados de todas as cidades afetadas pelo rompimento da barreira da empresa Mineradora Rio Pomba Cataguases, em Miraí, na Zona da Mata, em Minas Gerais, que contaminou os afluentes do Rio Muriaé, que abastece diversos municípios de Minas e do Rio de Janeiro. Além dos estragos nas cidades, com lama e sujeira, corte de abastecimento de água, gastos absurdos com aumento no tratamento de águas, há um risco de adoecimento, quer pela lama e inundação de algumas localidades, quer pela possibilidade de algum grau de toxicidade, uma vez que houve derramamento de sulfato de alumínio, segundo reportagens anunciadas há dias.
Essa empresa, em março de 2006, já havia tido um vazamento para o rio Paraíba do Sul, quando foram detectados níveis acima do aceitável do elemento cromo, demonstrando um descaso do homem com a natureza.

Assim, vemos que Gaia está se manifestando. Não podemos pensar em vingança, mas já percebemos que mexemos onde não deveríamos ter mexido, sem os devidos cuidados.

Está na hora da geração atual sair dos cueiros e tomar as rédeas da situação, ler mais, se inteirar mais e partir para ações que, se não impeçam, ao menos adiem um pouco mais a mudança crucial que está por vir e por mudar radicalmente a vida dos habitantes da superfície da Terra.

A inocência dos velhos tempos de Brasil já era. Não cabe mais pão & circo. Não cabe mais fingir que não é conosco. Precisamos acordar, que o futuro está passando sob nossos narizes, e não estamos nos dando conta. Se não abrirmos já os olhos, amanhã pode não ser.

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Obs: Foto extraída do site de notícias da Globo.com

Publicado por Lílian Maial em 14/01/2007 às 19h41
 
10/01/2007 23h13
POETAS DO MUNDO
® Lílian Maial


Acabo de vir de uma reunião de Poetas del Mundo, aqui em minha cidade – Rio de Janeiro – capital do estado do qual fui nomeada consulesa.

Essa reunião aconteceu para homenagear o Secretário-Geral do projeto Poetas del Mundo, Luiz Árias Manzo, em visita à cidade, e teve a participação da Embaixadora do Brasil para Poetas del Mundo, Delasnieve Daspet, e de diversos cônsules e poetas de outras cidades e estados, além de representantes de inúmeras entidades com fins literários.

Cada participante deu sua contribuição à justa homenagem, houve entrega de medalhas e diplomas, empossamentos, música e poesia e, ao final, uma deliciosa confraternização.

Porém, o ponto alto do evento foi o discurso consciente e compromissado de Árias Manzo que, em poucos minutos, fez uma breve trajetória da história político-social da América Latina, analisando a guerra e a paz, as guerrilhas, o terrorismo e a necessidade premente de se conhecer a paz e estendê-la a todos os povos, numa comunhão através da poesia e da palavra.

Manzo emocionou a platéia com sua calma e decisão, com sua visão distanciada e lúcida, com sua vontade e seu sonho, com sua disposição e seu comprometimento, ao longo da narrativa da opressão, tortura e submissão pela força de vários povos, dominados ou infiltrados pelo que chamou de “império”, comparado ao antigo império romano.

Explicou que o movimento não pode ficar estagnado, e que vem atingindo já cerca de 127 países por todo o mundo, e que no Brasil vem crescendo exponencialmente, assim como no mundo árabe.

Talvez por esse importante crescimento e o inegável amor pela vida e a liberdade do nosso povo, o Brasil foi o país escolhido para sediar o II° Encontro Internacional de Poetas del Mundo, previsto para setembro de 2008, restando apenas a decisão de qual cidade terá as melhores condições de acomodar as centenas de poetas de todo o mundo que chegariam para o evento. Naturalmente o Rio de Janeiro é candidato, assim como Belo Horizonte, Porto Alegre e Natal.

Assim, faço um convite a todos os poetas – brasileiros ou não – para integrarem imediatamente o movimento Poetas del Mundo, para levar a poesia e a palavra a quem tem fome de cultura, numa tentativa de união dos povos num imenso círculo de amor.


Visitem o site:

http://www.poetasdelmundo.com/verInfo_america.asp?ID=826

No caso de interesse, basta enviar um e-mail para cadastro, e receberá as instruções.

Convoco todos os poetas cariocas, fluminenses e brasileiros em geral, para integrarem o movimento, pois em 2008 teremos esse mega-evento, e vamos precisar de todos!

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Publicado por Lílian Maial em 10/01/2007 às 23h13
 
06/01/2007 11h53
Onde há fumaça há fogo?
Governo estadual novo, tem mais é que mostrar a que veio logo no primeiro dia. Então vemos, logo na posse, o governador Sérgio Cabral demonstrando força contra a bandidagem, providenciando a transferência de presos da penitenciária de Bangu I - suspeitos de terem coordenado os ataques terroristas iniciados em 28 de dezembro no Rio de Janeiro - para a penitenciária de Catanduvas, região oeste do Paraná.

Os 12 presos de duas facções criminosas chegaram no início da noite de ontem, sexta-feira, dia 05, à penitenciária federal de segurança máxima de Catanduvas.

A operação mobilizou um forte aparato de segurança, com agentes da Polícia Rodoviária Federal, do Depen (Departamento Penitenciário Nacional) e da Polícia Federal. De Cascavel, os criminosos foram escoltados por viaturas policias até o presídio federal, por cerca de 50 quilômetros.

Essa transferência já vinha sendo negociada pelo governador antes mesmo da posse. O homem chama a Força Nacional, toma suas providências, transfere os facínoras, mas será que vai conseguir sufocar o terror?

Existe uma coisa odiosa, chamado BOATO, que costuma andar junto ao terrorismo (e não deixa de ser outro tipo dele), e que corre destruindo tudo, feito napalm no mato.

Ontem mesmo, sexta-feira, recebi o telefonema assustado de uma amiga, perguntando se eu sabia alguma coisa sobre ataques múltiplos no Rio, em represália à transferência dos tais presos para o Paraná. Ela estava angustiada, pois o filho havia saído com amigos, de ônibus.
Realmente não sabia de nada, mas ela me informou que havia recebido essa informação de uma tia, que havia ouvido de uma vizinha, que recebera de uma parenta, que foi aconselhada por colega de trabalho, enfim, uma rede de condução imediata, mais poderosa que muito jornal sensacionalista.

Mas até que ponto é boato?
Dizem que onde há fumaça, há fogo.
E quem teria ateado fogo aqui? Algum engraçadinho, querendo aparecer? Alguém que tenha ligado A com B e presumido C e, não se contendo com o achado, tenha resolvido mostrar o quanto é esperto, difundindo a idéia?
Ou realmente alguém soube de algo tramado por trás dos bastidores e deixou vazar a informação?

Fumaça... Fogo... Incêndio... Palavras comuns em outras épocas, mas duras, sofridas e apavorantes nos nossos dias cariocas.


Os presos transferidos devem ficar isolados em Regime Disciplinar Diferenciado (RDD) no presídio paranaense, onde só têm direito a duas horas para banho de sol, não podem receber visitas e nem ter acesso a jornais ou revistas na cela, que é individual.

Com a transferência, a penitenciária federal de Catanduvas soma agora 126 presos (a capacidade é de 208). Inaugurada em 23 de junho, a unidade foi construída à prova de fugas. São 250 agentes penitenciários que fazem a segurança interna e externa.

De lá, em princípio, eles não podem comandar mais nada. Mas... E seus comparsas, seus herdeiros? E os novos líderes que sempre lucram com a saída dos chefões?

Espero que nosso governador não tenha a ilusão de ter resolvido a questão com a simples transferência dos "mandantes".
Foi medida heróica, tipo "cortar cabeças", porém não é, nem de longe, a solução para a violência crescente, que vem se instalando em nosso país, e que não é restrita, como muitos pensam, às grandes cidades.

Precisamos combater diuturnamente todo e qualquer tipo de ilicitude, desmando e terrorismo.
Somos um país pacífico, que vive muito também do turismo, e não podemos deixar a segurança interna e a imagem externa serem manchados pelos (des)caminhos da violência e do poder pela força e pelo terror.

Se onde há fumaça, há fogo, que espalhemos então (e juntos) a fumaça da vigilância, do alerta e da cobrança daqueles que elegemos para garantir nossa segurança e bem estar social.

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Publicado por Lílian Maial em 06/01/2007 às 11h53
 
04/01/2007 12h02
Discutimos idéias ou pessoas?
Sou freqüentadora da internet desde os primórdios de sua criação, inicialmente para pesquisas, depois para exposição de meus trabalhos, e também para formação de grupos de bate-papo.

Em todas as minhas passagens, sempre percebi a vaidade, os interesses pessoais, a necessidade de atenção e afeto predominarem em relação ao apuro técnico-científico, ao aprofundamento do conhecimento, ao crescimento do ser humano com a informação.

E vejo que a internet não traz melhoras ou pioras a ninguém que já não possua a semente dentro de si; ela apenas detona, deflagra, torna mais evidente as qualidades e, principalmente, os defeitos e vícios.

A convivência virtual leva a uma certa comodidade nos relacionamentos, pois que vence a barreira da timidez e, infelizmente, a barreira social direta, ou seja, o conjunto de normas implícitas em relacionamentos interpessoais, que determinam até onde cada um pode ir.

Assim, uma pessoa pode maquiar sua personalidade e seus modos (virtualmente falando), intensificando as características interessantes e apagando (ou reduzindo) aquelas reveladoras dos defeitos indesejáveis.

De um modo geral, os sites de interesses comuns atraem todo tipo de freqüentadores, inclusive os sites de literatura, e verificamos um leque de faixas etárias, faixas de conhecimento geral e específico, e faixas de capacidade de convívio social.

É de praxe, num ambiente literário não virtual, que se discuta técnicas, gêneros, vanguarda, que se exponha trabalhos na intenção da crítica, e que se entenda a crítica como ao trabalho apresentado, e não à pessoa.

Num ambiente literário virtual, dada a imensa gama de freqüentadores anônimos, vão se formando pequenos grupos de amigos, o que é bastante salutar para o aspecto social, mas um tanto danoso para o aspecto técnico.

Quando se faz amigos, se procura manter um nível de relacionamento agradável, notadamente até se ter a certeza da amizade inabalável, quando então se passa a expor a verdadeira opinião de tudo (até então, as opiniões eram recobertas com uma camada de glacê, para não acabar abruptamente com a amizade em fase inicial, por uma palavra mal empregada).

Daí, uma amizade literária pode comprometer a crítica. Vc pode não gostar dos trabalhos de seu amigo, mas aí, como dizer-lhe sem feri-lo? Acaba-se por elogiar gratuitamente algo que não tem real valor, deixando nosso amigo com a falsa impressão de que fez um bom trabalho e, por conta disso, perpetuando seu erro e/ou sua mediocridade.

Ao contrário, se a discussão fosse somente do trabalho e não da pessoa, ele saberia que seu trabalho, aquele, foi medíocre, e se aprimoraria, tentando melhorar e alcançar uma crítica mais favorável e verdadeira futuramente.

Então, o que fazer? Não ter amigos em sites literários, ou se conformar em não ter uma crítica sincera?

Se as pessoas se preocupassem mais em discutir idéias do que a elas próprias, se fossem mais seguras de suas potencialidades e cônscias de suas limitações, tudo seria mais simples.

No entanto, o anonimato, a virtualidade mancha e mescla as duas coisas, e um não consegue se libertar do outro.

Desta maneira, quando recebemos uma crítica a um texto ruim (que qualquer um pode cometer), a crítica é tomada como à nossa pessoa, e sobrevem uma mágoa, uma necessidade de "retaliação", uma antipatia gratuita, em relação a alguém que apenas deu sua opinião SINCERA, ao contrário das 99% de críticas benevolentes em noma da amizade.

Chego à conclusão absurda de que a verdadeira crítica literária não tem espaço nos sites de literatura, sob o risco de se cometer pecados mortais.
E então é cometido o maior de todos os pecados, que é o da atrofia do crescimento.
Uma pessoa com certo talento, que poderia crescer muito, estudar, se aprimorar, vai acabar estacionando, achando que está muito bem, pelos comentários sempre positivos a textos ruins.

Eu realmente sinto falta de crítica sincera e mais aprimorada nos sites de literatura que, afinal, não são de literatura?

É claro, óbvio e ululante que pessoas com características afins acabam por se aproximar, e as amizades são inevitáveis. Mas, que se entenda que tal amizade não deve ser usada para elogios gratuitos e desmerecidos. Que se aprenda a elogiar em separado a bondade, beleza, sentimentalismo da pessoa, e a qualidade literária do seu texto. São duas coisas diferentes e não necessariamente coabitam.

E que quem receba uma crítica ao texto, não entenda como um juízo de valor pessoal, e não saia dando tiro pra todo lado e esperneando porque alguém achou um de seus textos ruim.

Estamos todos nesses sites para ler e sermos lidos, e para sabermos do nível de qualidade dos nossos trabalhos.

É falso quem diz que escreve por escrever. Mentira! Quem escreve, o faz para ser lido e para o outro conhecer suas idéias e sinceramente debatê-las. Naturalmente que preferimos as críticas favoráveis, mas precisamos aprender a lidar com as desfavoráveis também, sem que com isso corramos o risco de perder a amizade.

É como um filho, vc não o tem por ter. Vc quer que ele estude, cresça, se aprimore e venha a ser feliz, se possível recebendo críticas favoráveis quanto á educação que lhe foi dada.

Assim é a palavra, o verbo, a escrita: vc quer que saia de vc e ganhe o mundo, que seja feliz e que faça feliz, se possível recebendo críticas favoráveis quanto à sua criação.

Para isso, precisamos todos os dias nos exercitar, estudar, ler os clássicos, trocar IDÉIAS com os colegas, saber nosso nível através do melhor termômetro que possuímos, que são nossos iguais.

Vamos fazer uma campanha para a discussão de idéias, não de pessoas, pq pessoas morrem, idéias ficam. Poetas se vão, poemas se eternizam. Um livro pode até ser queimado, mas a idéia que ele implantou, essa atravessa milênios.

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Publicado por Lílian Maial em 04/01/2007 às 12h02



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