Lílian Maial

Basta existir para ser completo - Fernando Pessoa

Meu Diário
08/02/2009 17h48
ONDE O AMOR SE ESCONDE

®Lílian Maial



Hoje acordei com o amor na cabeça. Sim, porque geralmente se está com o amor no coração, porém, hoje acordei pensando sobre onde se esconderia o amor. E fiz um poema, um soneto. Mas faltava mais, queria filosofar, trocar idéias com meus pensamentos.
Não é no coração, posto que, embora o sangue ali circule, este se renova a cada três meses, muda, recicla.
Não seria, decerto, atrás da porta, onde as palavras se retraem, onde as lágrimas brotam, deitam e rolam, onde os dedos traem e os versos confessam a dor.
Talvez atrás do sol, bem junto à linha do horizonte. Neste caso, mais próximo dos surfistas, dos viajantes e dos náufragos.
Não! O amor não vive nos naufrágios, apesar de, a eles, sobreviver, por entre medos e pesares, por entre orvalhos na face.
Sempre se espera que o amor desponte, de pronto, e que todos os males, todas  as trevas se dissipem, por entre aléias do destino à doce fonte.
Mas o amor não se busca no tempo e espaço, porque o amor, como o universo, não cabe numa vaga, num contorno. O amor tem a medida de um abraço,  o tamanho da eternidade e a distância de um adeus.
Então, como se saber se o encontrou, se é o certo e o duradouro?

Ah! E o que, nesta visa, é duradouro, se já se nasce sabendo da morte?
Não, o amor não está na cabeça, no coração, ou em qualquer parte palpável ou presumível.
Ele se mistura à prórpia razão (ou falta) da existência. Nasce sem se saber a causa e, muitas vezes, se esconde sem que se conheça os motivos. Mas está lá, e lá estará para sempre.
Talvez não nasça, apenas nos toque, por já estar lá desde o começo de tudo.
Ele é tão grande, que a verdade vem à tona: o amor é eterno, e, talvez, senão o próprio, a expressão maior de Deus.

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Publicado por Lílian Maial em 08/02/2009 às 17h48



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